domingo, 11 de abril de 2010

Ocio de uma mente produtiva

Afinal o que é ócio? Na escrita do dicionário on-line Priberam, a palavra ócio, significa vagar; repouso; lazer; descanso; estado de quem não faz nada; preguiça. Daí surge as seguintes questões: Será que realmente estamos fazendo nada quando estamos no ócio? Nossa mente fica parada no espaço? Em que pensamos?

Nesse intervalo de tempo em que você, caro leitor, parou para refletir nas respostas, que poderiam agora, estar no seu ócio. Creio que sim.

A mente humana está sempre em movimento, ou seja, estamos pensando sempre, mesmo que não estejamos presentes no trabalho. Que tanto nos pressiona a não ter tempo para o ócio.

Um dos momentos de descanso no trabalho, as pessoas deveriam entrar numa sala, com uma estrutura agradável, sem papéis, mesas, computadores, ou seja, sem algo que lembre o trabalho, para pensarem, para criarem, para acharem soluções, que normalmente na rotina não lhes sobra tempo. É justamente nesse “descanso mental” que podem surgir grandes idéias, e que também compartilhadas, mostram maior eficiência nas outras pessoas que trabalham.

O ser humano não vive apenas do trabalho, de certo precisamos do mesmo para termos horas de lazer, em que saímos totalmente da agitação de uma organização. No entanto, é o lugar onde passamos maior tempo, em média 8 horas por dias, e quando chegamos em casa, já não há tempo para pensar, criar ou resolver soluções. Será que o tempo que passamos sem fazer nada é perda de tempo?

À medida que vamos nos acostumando com a falta de espaço em nossas vidas para descansar a mente e fazer planos, estamos também nos acomodando com que resta, ou seja, a sobra de um dia tenso e cheio de preocupações, e deixamos de lado coisas simples como cuidar do jardim da casa ou passear com os filhos. Segundo Domenico de Masi, autor dos livros Ócio Criativo e Economia do Ócio: “É necessário aprender que o trabalho não é tudo na vida e que existem outros grandes valores: o estudo para produzir saber; a diversão para produzir alegria; o sexo para produzir prazer; a família para produzir solidariedade, etc.”

O ócio seja ele de que qualidade for, e que seja de preferência criativo, faz com que aprendemos com o que podemos realizar depois que a mente volta de uma parada. Quer dizer que quando gastamos nossas energias no trabalho, esquecemos que precisamos também de energia para o lazer. Não há nada melhor do que ficar na varanda da casa, curtindo uma rede e a brisa, lendo um bom livro. Isso é um ócio que requer pouquíssima energia, ou quase nada, além dos movimentos dos olhos ao ler, e palavras que são absorvidas. Quem sabe em um livro, você procure a solução da sua vida? Ou então tendo idéias produtivas? Por exemplo, um poeta pode muito bem está nessa rede, compondo mentalmente seus versos.

No mundo atual, trabalhamos como antigamente, de forma primitiva, antes mesmo do surgimento da indústria, onde nossas horas de lazer são mais uma compensação pelas horas trabalhadas do que seria na verdade, o lazer em si. Nesse caso, o ócio não significa preguiça, sedentarismo. O ócio criativo significa, então, um exercício de junção entre atividade, lazer e estudo, sugerindo ao ser humano um desenvolvimento holístico sobre a vida.

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